quinta-feira, 5 de março de 2009

Laços Coloridos





Por Flávio Leite


Enquanto o namorado descansava no calor do seu colo, ela contava:

- Hoje encontrei o Fernando.

Ele está tão jururu.

- Fernando?

- Sim, um amigo meu que você ainda vai conhecer.

- Mas, o que houve com ele?

- Ah! Terminou um relacionamento.

- Pois é... romper laços é sempre difícil, mas muitas vezes necessário.

Na mesma posição, sentada no sofá com as pernas estiradas sobre a mesa de centro, Lírio continuava a relatar outro caso de desafeição amorosa. Roberto, outro amigo, também estava recém solteiro, mais precisamente - como ela dizia - recém liberto das grades do ciúme.

Intrigado, o namorado disse:

- Mas que coisa, hein? Esses relacionamentos de hoje são tão estranhos. O homem não respeita mais a mulher, a mulher também muitas vezes nem mesmo se respeita.

E tirando onda ousou cantarolar:

- Eu sou aquele amante à moda antiga, do tipo que ainda manda flores...

Manifestou-se, naquele momento, um sorriso no rosto da pequena. Enquanto mantia o olhar fixo e sem uma direção específica, Lírio celebrava silenciosamente o início da descoberta de uma idéia fantástica. Haja vista que, como uma boa Cristã, lhe dava prazer oferecer ajuda ao próximo. De repente, Lírio arregalou seus olhos castanhos e como a comemorar um gol do Gama, aos 47 do segundo tempo, em uma final de Campeonato Brasiliense, exclamou:

- Eureka! Vou apresentar o Roberto ao Fernando.

Entre gargalhadas, ele disse:

- Tenho grande respeito pela opção sexual das pessoas. Respeito muito a escolha ou falta de escolha pela homosexualidade. Exatamente por este motivo, não utilizo o termo "homosexualismo".

E entre muitos risos brincou:

- Mas saiba que se Deus condenar os gays ao inferno, você vai junto!



Laços Coloridos
Conto: Flávio Leite
Desenho: Wesley Barbosa
Todos os direitos reservados

2 comentários:

  1. He He muito foda...... uaahauhuhhuauhauhhauuha
    mas cuidado heim Lírio pode acabar se condenando também....

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